sábado, 25 de dezembro de 2010

As 10 melhores trilhas sonoras do ano

Antes do término de 2010, uma compilação com as 1o melhores trilhas sonoras deste ano.

Finalmente chegamos ao número 1. E que ano foi este para a composição de trilhas sonoras. Grandes compositores como John Powell, Hans Zimmer, Alexandre Desplat e Howard Shore estão entre os melhores da lista. E novidades chegaram com tudo, como Trent Reznor da banda Nine Inch Nails e o grupo Daft Punk, que trouxeram com eles um estilo novo, ousado e intrigante. Mas como qualquer lista dos 10 mais, chegamos, invariavelmente ao primeiro colocado. E aí muitos concordam e muitos discordam. Espero que vocês concordem com a minha escolha para a melhor trilha sonora do ano, e se não tiveram como opinar, haverá a chance de ouvirem e então tomarem uma decisão. Espero que concordem comigo. E agradeço por terem vindo até aqui.

A Melhor Trilha Sonora do Ano:

O ÚLTIMO MESTRE DO AR - JAMES NEWTON HOWARD

Abordado pela primeira vez pelo produtor/diretor Frank Marshall na minissérie para televisão, Da Terra À Lua, James Newton Howard não podia imaginar que quase dez anos depois, seria apresentado a um jovem diretor indiano chamado M.Night Shyamalan, que estava lançando seu primeiro filme nos EUA, o trhiller fantasmagórico, O Sexto Sentido. E jamais poderia imaginar, que essa parceria iria redefinir sua carreira, projetá-lo no ranking dos melhores compositores do mundo, render-lhe uma indicação ao OSCAR e, consequentemente, uma das maiores parcerias entre compositor/diretor, desde John Williams e Steven Spielberg. Logo de cara, o resultado não foi dos melhores. A trilha sonora de O Sexto Sentido, apesar de ter momentos primorosos, não é a trilha pela qual ambos seriam lembrados. Provavelmente essa era A Vila. Agora é O Último Mestre do Ar. Com cada nova parceria, Howard e Shyamalan redefiniam o estilo de trilhas sonoras em filmes, ainda que algumas sejam melhores que outras. Corpo Fechado é uma das obras mais poderosas e hipnotizantes, tanto no aspecto visual quanto audio-visual. Sinais é um dos temas mais assustadores dos anos recentes e A Vila, um dos mais belos de todos os tempos. Enquanto a trilha que lhe rendeu sua mais incontestável indicação ao OSCAR é um tema delicado e feminino, A Dama na Água, favorita dos críticos de música no cinema, é uma explosão de orquestra e coro, numa das obras de fantasia mais inesquecíveis da história. Algo que está no patamar de O Senhor dos Anéis, de Howard Shore. Fim dos Tempos foi um tremendo escorregão, tanto para o diretor quanto para o compositor, ainda que seja capaz de transportar o ouvinte para dentro do clima de suspense criado por Shyamalan. Quando as coisas pareciam que iriam degringolar, Howard recebeu a chance de ouro de compor a trilha da adaptação da série da Nickelodeon, O Último Mestre do Ar. Como qualquer adaptação, ambos os artistas estavam sujeitos à comparação com a obra original, com o objetivo de criar algo tão bom, ou melhor do que os desenhistas do anime americano. Shyamalan (de acordo com a crítica em geral) decepcionou. Howard, como de costume, surpreendeu. Com um orçamento de 150 milhões de dólares, a orquestra com 119 integrantes fez jus ao empreendimento. A coisa é gigantesca, aliando solos furiosos de cordas com sopros imponentes e batidas pesadas. Nada tão grande quanto O Senhor dos Anéis, de Howard Shore ou Final Fantasy de Elliot Goldenthal, aquilo lá é sacanagem. Mas ainda assim o suficiente para lembrar as grandes orquestras de John Williams e Jerry Goldsmith, dos anos 70 aos anos 90 (e no caso de Williams, até metade dos anos 2000). Esse tipo de música não é tão ouvida com frequência nos últimos anos, o que é uma pena. O poder e a capacidade de progetar o ouvinte em um universo fantástico, de assustá-lo, conduzi-lo e emocioná-lo, é algo que só pode ser visto em uma obra dessa magnitude. Logo de cara, O Último Mestre do Ar abre com uma explosão orquestral de onze minutos, que mais ou menos apresentam todos os temas que serão desenvolvidos posteriormente. Howard foi capaz, com considerável habilidade, de manter uma construção homogênea, durante as mais de dez faixas do álbum. E acima de tudo, de fechá-lo, com um dos temas mais belos e melódicos e impactantes dos últimos anos: Flow Like Water, uma megalomaníaca profusão de cordas que fecham com o tema central do pequeno dobrador de ar. É uma pena que uma trilha de tamanha qualidade esteja em um filme tão mal compreendido pelo público e crítica em geral. M.Night Shyamalan vêm sofrendo, com o decorrer dos anos, uma crítica assombrosa que beira à perseguição. O Último Mestre do Ar, foi o mais massacrado de todos. Ainda que injustamente, isso foi o bastante para aniquilar quaisquer chances de Howard de conseguir sua 9ª indicação ao OSCAR e finalmente vencer. Não é desde A Vila que o compositor de três nomes é o melhor do ano. Ano passado, Giacchino foi o melhor (e levou, olhem, que surpresa). No ano anterior, ano em que Howard foi indicado por Um Ato de Liberdade, Alexandre Desplat era o melhor, com O Curioso Caso de Benjamin Button. Ambos perderam para o milionário indiano. Nesse caso, Desplat podia ter até criado a melhor trilha da década, ou algo perto disso. Se há alguma justiça nesse ramo, o prêmio agora é de James Newton Howard, e a lenda do O Último Mestre do Ar.

Link com trecho da música: http://www.youtube.com/user/rffcauso?feature=mhum#p/a/u/0/vSW1v8EDjIo

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