Em
homenagem ao Dia Nacional dos Livros (que foi dia 29 de outubro), venho
postar o meu ranking super especial de Séries (de
Livros) de Fantasia Medieval. Sim, fiz uma compilação das minhas cinco
séries favoritas desse gênero (com o mínimo de spoilers possível -
geralmente apenas do 1º livro) que tem se tornado a cada dia um sucesso
maior, não só no Brasil como ao redor do mundo. Então sem mais
enrolação, vamos ao Top 5 de Fantasia Medieval:
TOP 1: As Crônicas do Gelo e Fogo de George R. R. Martin
Resuminho:
A história se inicia com a chegada do Rei Robert Baratheon à
Winterfell, cidade mais importante do Norte, governada pelo seu grande
amigo e defensor do Norte, Eddard Stark. A Casa Stark descende dos
antigos reis do Norte e como uma das mais respeitáveis e antigas casas
de Westeros (o país onde se passa grande parte da história, também
conhecido como os Sete Reinos) tem o dever de proteger o Norte, que
inclui a Muralha - litaralmente um muro de gelo de mais de 200 metros de
altura que protege Westeros de misteriosas criaturas que vivem no
congelado e desconhecido Norte. Rei Robert pede ao velho amigo Ned Stark
para ir para a capital Porto Real para servir na corte como seu braço
direito - a Mão do Rei. Depois de relutar, Stark aceita e é aí que
começa todo o conflito, pois Robert acaba morrendo e uma enorme guerra
eclode na tentativa de decidir que assumirá o Trono de Ferro.
É
desnecessário dizer o quão divertida é a série de livros criada por
George Martin, visto que é uma das séries de fantasia de maior sucesso
que já vi, e mais ainda nos últimos anos. Para quem não sabe, isso
aconteceu basicamente com o lançamento da série de TV do canal americano
HBO, chamada Game of Thrones.
Para se ter noção do alcance da série (de livros), o crítico literário
Damien Walter, do jornal inglês The Guardian, a comparou às obras de
Homero, Sófocles e William Shakespeare.
Segundo
a sempre confiável Wikipédia (-not), a série começou a ser escrita em
1991, começando a ser publicada lá nos EUA em 1996. Até o momento, cinco
dos sete livros já foram escritos e publicados e o sexto tem previsão
do autor de ficar pronto lá pra meados de 2014 ou 2015. Então temos
algum tempo para aproveitar e discutir sobre o assunto. São dezenas de
personagens contando a história de sua perspectiva única e pessoal, o
que imediatamente humaniza todo e qualquer vilão ou herói tornando-os
não mais do que humanos. Não há personagens exclusivamente bons ou maus,
há personagens mais ou menos honrados ou egoístas. A parte da fantasia é
bastante definida em certos momentos, mas não em outros. Da mesma forma
que há dragões, magia, profeciais e cadáveres que se levantam, há todo
um contexto político de diversas Casas e clãs em uma batalha pelo
cobiçado Trono de Ferro. Algo que é bastante original na série de Martin
é a sua forma de contar a história por meio de PdV (pontos de vista),
sendo que cada capítulo consiste na narração em primeira pessoa de um
personagem diferente, em estilo de revezamento. É uma série excelente e,
embora seja gigantesca, dúvido muito que alguém se arrependa de
mergulhar em sua história.
Pontos fortes:
George Martin é um psicopata sanguinário que não têm limites no que se
refere a matar e trucidar os próprios personagens. Isso é lindo. É uma
história sobre a guerra e ninguém está seguro, nem mesmo as crianças,
nem mesmo os protagonistas, nunca se sabe quem é o próximo a morrer. A
história é extremamente envolvente e as tramas políticas são tão bem
trançadas que também nunca sabemos em quem podemos confiar na corte.
Depois de um tempo, o leitor acaba ficando tão paranóico quanto os
personagens, vendo sombas com adagas atrás de cada esquina e isso é
simplesmente espetacular.
Pontos fracos: Na
minha opinião é o uso indiscriminado da tática acima. Sim, matar
protagonistas é o ponto forte E fraco. Chega a um ponto em que você
torce, reza, chora e implora para que aquele personagem não morra. E é
claro que não adianta nada. Outro ponto fraco é a mudança brusca de
PdV's, pois quando a história daquele personagem está realmente
engrenando e ficando empolgante, mudamos para outra pessoa. É claro que
isso é uma tática esperta para manter o leitor preso, e funciona, mas ao
mesmo tempo é cansativa. Em outras palavras, os pontos fracos não são
tão fracos assim, nada que desmereça a obra.
TOP 2: A Crônica do Matador do Rei de Patrick Rothfuss
Resuminho: Essa
série conta a história de Kvothe, um arcanista (o termo usado na
história para quem usa simpatias, ou magia) bastante conhecido por seus
atos. A história se passa em dois tempos: o primeiro é quando Kvothe
conta a história de sua vida ao Cronista (história essa que levará três
dias para ser contada - um livro para cada dia) e o segundo é a
narrativa em si, em primeira pessoa. Depois de se tornar extremamente
conhecido por seus atos, Kvothe desapareceu no mundo até ser rastreado
pelo Cronista até uma pousada que abriu para levar uma vida tranquila.
Lá o escritor o convence a contar sua história: ele é o último
integrante de uma antiga tribo de artistas itinerantes conhecidos como
os Eduna Ruh - vistos pelas pessoas como bandidos e mendigos -, isso
porque sua tribo foi exterminada em um ataque, sendo ele o último
sobrevivente. Os responsáveis são um misterioso e temido grupo chamado
de O Chandriano (um grupo de guerreiros demoníacos), os quais as pessoas
evitam até mesmo pensar ou pronunciar o nome, tamanho o medo que
inspiram. Obcecado pelo grupo, Kvothe decide descobrir mais sobre o
assunto além de se aprofundar no estudo de simpatias, então vai à
Universidade - a grande escola de arcanistas. É claro que até conseguir
chegar lá, passa fome, mendiga, rouba e vive nas ruas, tentando ao
máximo encontrar em jeito de alcançar seu sonho. Depois de muitos
problemas, ele chega à Universidade para encontrar um mundo de desafios
ainda a serem vencidos.
Essa
trilogia é sem dúvida alguma uma das mais incríveis histórias que já
tive o prazer de ler. Apesar de apenas dois dos livros já terem sido
lançados (o terceiro ainda está sendo escrito), estou obcecado pela
forma como Rothfuss descreve tão detalhadamente a história de Kvothe que
não há outra palavra para descrevê-la: épica. O fato é queé fácil e
simples se apaixonar pela construção universal que Rothfuss criou. O
(maldito do) autor é bastante talentoso e criativo, criando toda uma
nova visão dos nomes dos objetos (tal qual no Ciclo A Herança), na forma
como conhecer tais nomes influencia as simpatias e na utilização de
alquimia, runas e simpatias em si como forma de encarar o mundo.
Ha
todo um universo de lendas, religião e histórias de fogueira por trás
das histórias de Kvothe. Um universo tão amplo que é uma pena que o
autor não queira aprofundar em outras vertentes e desenvolver ainda mais
a história para além de apenas três livros.
Pontos fortes:
Rothfuss é extremamente descritivo e detalhista, quase criando uma
pintura mental da história. Mesmo assim, em nenhum momento a leitura se
torna lenta ou truncada, muito pelo contrário: a leitura flui com uma
beleza quase poética. É apaixonante! Essa trilogia é ainda mais rica em
termos de contrução do que a série de George Martin, na minha opinião.
Portanto, está empatada em primeiro lugar no ranking, juntamente com a
série de livros anterior (a coloquei como segunda favorita apenas por
motivos de organização e por ter menos livros, o que é uma pena). Os
personagens que convivem com Kvothe (e ele próprio) são muito
interessantes e divertidos de se acompanhar, é inevitável o leitor
acabar gostando deles e virando um fã. Aprovo as cenas de conteúdo
sexual/erótico no segundo livro (O Temor do Sábio), pois por mais leves que sejam, são necessárias para a formação do personagem. E cá entre nós, não são nada explícitas.
Pontos fracos: Inicialmente,
por serem apenas três livros e não uns 20: ponto muito negativo (;D).
Falando sério agora, me incomoda, às vezes, os rumos que a história
toma. Claro que isso não é um defeito, faz parte da história, mas é que
tenho a impressão que Kvothe é tão poderoso e impressionante que me
decepciono com algumas atitudes humanas dele (isso seria algo bom,
não?). Tô confuso se isso é algo bom ou não, fica a anotação, de
qualquer forma. Embora não seja condescendente com seus personagens,
creio que falte ao autor um pouquinho do sangue frio de George Martin na
hora de escrever a história, pois a violência é sutil e bela, sim, mas
faz falta algo mais tangível em um livro adulto como este.
"I
have stolen princesses back from sleeping barrow kings. I burned down
the town of Trebon. I have spent the night with Felurian and left with
both my sanity and my life. I was expelled from the University at a
younger age than most people are allowed in. I tread paths by moonlight
that others fear to speak of during day. I have talked to Gods, loved
women, and written songs to make the minstrels weep. You may have heard
of me." – Kvothe.
TOP 3: Ciclo A Herança de Christopher Paolini
Resuminho: Dragões!
Hahahaha, isso basicamente resume a “trilogia de quatro livros” de
Christopher Paolini. A história começa no livro Eragon, com um jovem
fazendeiro chamado Eragon (dã), de 15 anos, encontrando uma grande pedra
na floresta durante uma caçada (na verdade, a "pedra" é mandada
magicamente para ele). Inicialmente pensando que é algum tipo de pedra
preciosa, logo o jovem descobre que é um ovo de dragão quando este choca
para ele, nascendo uma fêmea de dragão que é nomeada de Saphira. À
medida que o dragão cresce vamos descobrindo mais a respeito da
Alagaësia, reino onde se passa a história. Descobrimos que os Cavaleiros
de Dragão eram um antigo grupo que mantinha a ordem em todo o reino até
que foram traídos por um de seus membros - o Cavaleiro Galbatorix -,
quando este enlouqueceu com a morte de seu dragão. Tendo o pedido de ter
outro dragão recusado, Galbatorix convence outros 13 Cavaleiros
(posteriormente chamados de Os 13 Renegados) a se juntarem a ele, rouba
um dragão recém-nascido e o enfeitiça para obedecê-lo (seu nome é
Shruikan e ele enlouquece devido aos feitiços), mata inúmeros
Cavaleiros, levando a Ordem à beira da extinção e assume o trono da
Alagaësia como rei e soberano, roubando os últimos três ovos de dragão e
os mantendo em cativeiro (Saphira era um desses ovos, sendo roubada e
caindo nas mãos de Eragon). Devido à ligação entre Cavaleiros e Dragões,
estas pessoas ganham a habilidade de fazer magia e viver centenas de
anos (imunidade à idade, mas não a ataques ou doenças), além de poderem
se comunicar telepaticamente com seus dragões. Assim, Eragon e Saphira
se tornam a única esperança de salvar a Alagaësia do domínio psicótico
do rei, uma vez que são os únicos Cavaleiro e dragão livres (e até onde
se sabe, ela é o único dragão vivo além de Shruikan). Assim, com a ajuda
do contador de histórias Brom, do espadachim Murtagh e da elfa Arya,
vão procurar os Varden que são um grupo de rebeldes que tenta tirar o
ditador do trono.
E
esse é um belo de um resumo. A história é muito mais complexa do que
isso, acreditem em mim, incluindo na narrativa elfos, anões e Urgals
(uma raça de guerreiros temidos que lembram os orcs de Tolkien). Quando
vamos lendo, é divertidíssimo descobrir sobre o território da Alagaësia
junto com Eragon, que nunca saiu de sua vila, Carvahall, onde morava com
o tio e o primo Roran. Os cenários são incrivelmente ricos e bem
descritos e quase sempre com magnitudes impressionantes para meros
humanos (isso porque sempre temos como parâmetro de comparação os
dragões). Eu achei particularmente fácil entrar na história. paolini é
um bom escritor e realmente te prende ao livro.
Vale
lembrar ainda de personagens fortes como Nasuada (de quem virei fã),
Angela (que é simplesmente tão divertida por ser completamente louca e
misteriosa) e Solembum (o mais do que complexo menino-gato). Isso sem
falar na belíssima rainha dos elfos, Islanzadi, no sempre companheiro
Orik e nos grandes mestres Brom, Oromis e Glaedr. A forma como Roran
cresce de um simples rapaz de fazenda a um guerreiro respeitado por
todos os Varden é excepcional de se ver. Martelo Forte sem dúvida se
destacou no livro.
Pontos fortes:
Considerando que o Paolini escreveu o primeiro livro aos 15 anos (sim,
você leu certo, 15 anos), Eragon é surpreendentemene bom. A série vai
crescendo à medida que se avança nela. Eu, pelo menos, tive a impressão
de que o protagonista amadureceu, mudou e cresceu no decorrer dos quatro
livros e isso é ótimo. Gosto da forma puramente platônica pela qual
Eragon demonstra estar apaixonado pela Arya: é bonito de ver, e
estranhamente realista com aqueles momentos embaraçosos que nós, meros
mortais, conhecemos tão bem de nosso dia a dia. A criação da Língua
Antiga como forma de controlar a magia é especialmente criativa e bem
construída. Gostei da forma como os nomes fazem a diferença, tanto por
significar a essencial, como por invocar a magia.
Pontos fracos:
À primeira vista, o final "em aberto" da série. Não sei o que eu
esperava, mas embora a conclusão tenha sido satisfatória, me deixou com
gostinho de quero mais e mal posso esperar para que Paolini volte a este
mundo, nem que seja com outros personagens (fica a ideia: que tal
acompanhar um novo Cavaleiro alguns anos após o final de Herança?).
Achei uma pena certos lugares serem tão pouco explorados: como por
exemplo Vroengard ou Uru'baen, que tinham muito mais a mostrar caso
fossem devidamente explorados.
TOP 4: O Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien
Resuminho: Humanos,
hobbits, elfos, anões, orcs, ents, etc, etc. Qual é, quem não conhece a
história do mala do Frodo e seu amigo Sam? Mas vamos lá: a história
começa quando o mago Gandalf, o Cinzento incumbe quatro hobbits (que
para quem não sabe, são uma raça humanóide extremamente amigável com pés
enormes e peludos) de participarem de uma expedição para destruir o
Anel do Poder - o único Anel que pode controlar todos os demais (no
universo da Terra-Média de Tolkien, todas as raças têm Anéis próprios,
exceto os hobbits porque não se interessam por magia). O Anel só pode
ser destruído nas Montanhas da Perdição que fica em Mordor, o território
de Sauron - ex-proprietário, que forjou o Anel e o quer de volta,
enviando seus expectros para buscá-lo. Assim, forma-se a Sociedade do
Anel, um grupo formado por membros de todas as raças da Terra-Média que
partem com o objetivo de destruir o objeto que dá poder ao senhor do mal
(Sauron). Os membros que partem inicialmente na expedição são: Frodo,
Sam, Merry e Pippin (os hobbits), Aragorn e Boromir (os dois humanos),
Legolas (o elfo), Gimli (o anão), além de um mago - Gandalf. E é
basicamente isso, depois que eles partem, acabam se separando e blá blá
blá, vocês sabem o que acontece.
Como
não tive tempo/paciência de ler O Hobbit ou o Silmarillion, comentarei
apenas sobre a trilogia principal de Tolkien. Então vamos lá: começando a
explicação pelos Anéis:
"Três Anéis para os Reis - Elfos sob manto celeste,
Sete para os Senhores - Anões em seus corredores rupestres,
Nove para Homens Mortais, fadados ao eterno sono,
Um para o Senhor do Escuro em seu sombrio trono
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam.
Um Anel para a todos governar, Um Anel para encontrá-los,
Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam." - poema sobre os Anéis.
Por
causa deste poema, muitas vezes os Anéis são referidos apenas como os
Três, os Sete ou os Nove, assim como o Anel de Sauron é chamado de o Um.
Isso é importante porque o propósito de Sauron era dominar todos os
outros Anéis, usando o Um para abrir para sua visão e controle o
pensamento e as vontades daqueles que usavam os outros Anéis. Mas isso
não aconteceu, porque logo que Sauron colocou seu Anel, os elfos
imediatamente perceberam sua presença em suas mentes e qual era a sua
intenção e esconderam os Três. Vou me limitar a essa explicação breve,
porque um detalhe da história de Tolkien: é extremamente extensa e
detalhada. Ele criou e recriou secúlos de história ficcional, sendo que a
narrativa da qual Frodo participa ocorre na Terceira Era. Recomendo
fortemente que, se você tem interesse por narrativa de fantasia
medieval, passe algumas horas no Wikipédia, pulando de um artigo para
outro e descobrindo os nomes de reis anões que morreram séculos antes de
Gandalf e seus conpanheiros surgirem.
Moving on,
não vou me dar ao trabalho de perguntar porque diabos a Sociedade do
Anel inteira não foi voando até Mordor numa das águias do Gandalf e
jogou a porcaria do Um Anel no fogo, de uma vez, ao invés de mandarem
dois hobbits atravessarem a porcaria do continente à pé (tem um video no
Youtube disso - creio que seja final alternativos para filmes.
Procurem.), mas sério Tolkien? Sério?
Enfim, claro que isso é só uma piada (então, talvez nem tanto), porque gosto muito da trilogia formada por A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei.
E devemos agradecer ao Tolkien pela abertura do gênero lá em meados de
1954, sabendo que a fantasia jamais teria tanto espaço não fosse pela
aventura de Frodo Bolseiro. Por isso, fica registrado o meu Muito Obrigado, Velhote! para o autor.
Pontos fortes:
O declínio mental de Frodo é uma das partes mais interessantes da
trilogia - apesar de ser também uma das mais lentas e, por isso,
tediosas. Mas vale como ponto positivo pela construção que isso dá à
personalidade da personagem. Pontinho positivo também pela extensíssima
criação de universo do Tolkien. Cara, é impressionante o quão complexa é
a cultura, lendas e história passada antes da narrativa principal:
palmas pro autor por isso!
Pontos fracos:
Pra ser sincero, ao ler a trilogia, a sensação que tive era que estava
lendo por obrigação: como fã de fantasia, é quase obrigatório ler O Senhor dos Anéis,
certo? Pois é, mas algumas partes são tão massantes, mas tanto, que
quase abandonei a leitura. Outro detalhe que me incomodou é a inserção
de poemas e música pra tuuuuudo. Calma, Tolkien, eu sei que sua história
é rica e poética e linda, não precisa mostrar isso a cada duas páginas
com um poema élfico de oito parágrafos. Quer um exemplo? Na parte dos
Ents (acontece n’As Duas Torres), o Ent Barbarvore vai beber água, ele
canta. Ele vai andar, ele canta. Ele para de andar pra pensar, ELE
CANTA! Haja paciência, juro (por outro lado, caso você tenha mesmo
paciência para ler, são poemas e música muito bonitas, admito).
TOP 5: Rangers: Ordem dos Arqueiros de John Flanagan
Resuminho: A
história gira ao redor de Will, um garoto órfão pequeno e frágil, que
sempre sonhou em ser um guerreiro, assim como seu pai, mas não consegue
devido ao corpo magro e não tão forte. Com 15 anos, Will é recusado para
a escola de guerra e, sem habilitades específicas para as outras
escolas do feudo, acaba chamando a atenção do Arqueiro Halt, que o
aceita como aprendiz. A partir de então, vemos o treinamento de Will com
Halt, um dos mais experientes e renomados Arqueiros do reino de
Araluen. Nesta história, a Ordem dos Arqueiros é um grupo de elite que
treina membros escolhidos a dedo na arte do arco e flecha, além de facas
de atirar e camuflagem. Na história também temos o amigo de infância de
Will, Horace, que entra na escola de guerra e se destaca por sua
habilidade com a espada. Enquanto o treinamento de Will começa,
Morgarath - Senhor das Montanhas da Chuva e da Noite - está decidido a
tomar o trono de Araluen, não importa o que tenha de fazer. É assim que
Halt recebe a missão de evitar o assassinato do Rei Duncan, levando Will
com ele. Há muitos outros personagens e histórias, mas para não soltar
spoilers, vou me limitar a essa sinopse e parar por aqui.
Para fechar o Top 5 de Fantasia Medieval,
venho comentar sobre esta última série de fantasia, escrita pelo
australiano John Flanagan. E embora seja para um público mais
infanto-juvenil (tô passando da idade, mas ainda dá pro gasto), ainda me
diverte mais do que muitos livros que se levam à sério
demais. É muito legal notar que os Arqueiros do reino são misteriosos,
visto pela população comum os vê como feiticeiros, principalmente por
andarem sem serem notados. Além disso, o trabalho de um arqueiro é
espionar e levar mensagens de um feudo a outro, aconselhando os nobres e
auxiliando as tropas com estratégias de guerra. É por isso que os
Arqueiros de Flanagan me parecem uma espécie de espiões medievais
misturados com estrategistas de guerra, e por isso são tão interessantes
de se acompanhar.
John
Flanagan, o autor, contou em entrevistas que originalmente escreveu a
história em formato de 20 curtos contos endereçados ao filho Michael.
Isso porque o garoto tinha complexo de ser magro e pequeno demais para a
idade, então criou-se um personagem com estas características que
consegue ser o herói mesmo assim. Devo dizer que sou grato ao Michael e
ao pai, pois Rangers é uma história ótima para iniciar alguém à
fantasia. Isso porque não há dragões ou elfos. É uma história medieval
sobre um grupo de guerreiros bem treinados que se destacam na arte de se
camuflar. Oi? Pois é. É quase uma história de espionagem que se passa
na Idade Média.
Já
são nove livros publicados no Brasil, nove dos contos de Flanagan. E
mal posso esperar pelos próximos. E por melhores que sejam, são
desapontantemente curtos, alcançando no máximo 200, 250 páginas. Dá até
raiva porque tem tanta coisa a ser contada e ele não conta. Pena.
Pontos fortes:
Will e Horace são personagens extremamente adoráveis. É impossível não
perceber a química entre eles, como amigos de infância que realmente se
entendem, se provocam, mas ainda assim, se gostam. Halt é um homem
extremamente capaz e único e embora esteja sempre mal-humorado, é
divertidíssimo ver o quanto ele se preocupa e gosta do aprendiz.
Pontos fracos:
Embora a história em si seja relativamente longa, o autor escolheu
contá-la em contos relativamente independentes, o que significa que el
não aprofunda realmente em nenhuma das histórias, com excessão, talvez,
da primeira, As Ruínas de Gorlan,
que nos introduz ao universo. Outro ponto negativo é o fato de os
livros serem tãããão curtos. Cara, eu gosto tanto, mas me dá uma dor no
coração ler apenas 250 páginas e acabar mais uma história.
Enfim, bitches, este é o meu Top 5 de Fantasia Medieval.
Espero que vocês tenham gostado. Me digam o que acharam abaixo, ok? Se
concordam comigo, digam como onde e porque; e se não concordam, também.
Aceito sugestões de novas séries de fantasia. Estou sempre à procura de
coisas novas.
Fui...
o/