sábado, 22 de outubro de 2011

Perguntas sem Respostas



Gigantes de Aço se mostrou uma das grandes surpresas desse ano, onde simpatia e sólidas atuações compensam um roteiro manjado e cheio de clichês.

À luz dos acontecimentos do domingo passado, Gigantes de Aço (Real Steel, EUA, 2011) do diretor Shawn Levy, trouxe à tona, uma série de questões importantes sobre o rumo do esporte atual. No dia 16 de Outubro de 2011, semana passada, o piloto de corridas Dan Wheldon, da Inglaterra, morreu em um catastrófico acidente na última etapa da atual temporada da Fórmula Indy, em Las Vegas, Nevada.
Envolvido em um engavetamento que destruiu quinze carros, Wheldon que foi campeão da categoria em 2005 não resistiu aos ferimentos e morreu. Wheldon também foi bi-campeão da corrida de maior prestígio do automobilismo mundial, as 500 Milhas de Indianápolis em 2005 e neste ano, onde recebeu a bandeira quadriculada em primeiro lugar, após um dramático final, quando J.R. Hildebrand bateu na última curva da última volta, dando a vitória ao inglês.
Wheldon de 33 anos, deixou dois filhos pequenos, os pais e a esposa. Sua morte comoveu uma série de personalidades do esporte mundial, desde jogadores de futebol como o atacante do Manchester United, Wayne Rooney, aos colegas e companheiros mais próximos como o brasileiro Tony Kanaan e o atual campeão, Dario Franchitti. Seu funeral reuniu 1200 pessoas na Flórida este sábado.
Por ironia do destino, na noite anterior à tragédia, o atual pentacampeão da NASCAR, Jimmie Johnson, quase perdeu a vida em um grave acidente na corrida de Charlotte, válida pela 31ª corrida da temporada 2011. Por sorte, todos os mecanismos de segurança em seu carro e nos muros do traçado funcionaram, e Johnson saiu andando do veículo.
Tais acontecimentos colocaram em perspectiva, um dos esportes mais perigosos do mundo. Em Gigantes de Aço, no ano de 2020, o pugilismo já não existe mais, e os boxeadores foram substituídos por robôs de 450 kg, e 3 metros de altura. Charlie Kenton (Hugh Jackman) é um ex-boxeador que nunca foi lá grande coisa, que o advento das super-máquinas, tornou-se o mais próximo possível de um viciado em jogo, capengando e repleto de dívidas e agiotas em seu encalço.
Ao saber da morte de sua ex-esposa, Charlie se vê com um filho de onze anos chamado Max, para cuidar, pelo menos durante dois meses, até que seus tios assumam a custódia. O garoto é alucinado por Gigantes de Aço, e não demora para que ambos tenham algo em comum para compartilhar.
Depois de uma luta fracassada, Charlie e Max arrombam um ferro velho de robôs jogados fora e numa sequência inusitada, se deparam com 'Atom', um robô criado para apanhar dos robôs mais fortes em treinamento. Max decide ficar com o robô, e logo ambos descobrem que existe algo nele além do que eles poderiam prever.
O roteiro é uma cópia mais ou menos exata dos filmes Rocky, com alguma coisa de O Campeão com John Voight e A Luta pela Esperança de Ron Howard, estrelando Russel Crowe. Isso significa, simplesmente, que o filme é uma série de clichês rasoavelmente bem construídos, com uma estética parecida com a de Transformers e pouca originalidade.
Entretanto, o que não se previa, era o dueto Hugh Jackman e Dakota Goyo que interpreta Max. Muito se falou, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, dos treinamentos que Jackman teve com o lendário Sugar Ray Leonard, para realizar as sequências de luta do filme, mas pouco se falou do extraordinário talento de Goyo que dá um show em cena, mostrando-se como - quem sabe no futuro - um dos maiores atores mirins da atualidade.
Quanto a Jackman, é bom vê-lo mais magro e bonito que nos filmes do Wolverine, mas principalmente livre, leve e solto. Seu relacionamento e intereção com Goyo é algo raro no cinema atual, e tal relação constrói-se na base de uma ternura um tanto capengada também, como o próprio Charlie Keaton.
No geral, Gigantes de Aço é uma verdadeira farra. Uma montanha russa de emoções e entretenimentos que são propulsionados por um elenco afiado, uma direção segura e engraçada e ótimos efeitos especiais que fazem os robôs parecerem reais. E não somente agrada aos fãs do pugilismo, como os da Ficção Científica também. 'Atom', é uma jóia rara que lembra os robôs clássicos de Isaac Asimov, O Exterminador do Futuro e até mesmo O Gigante de Ferro. E o diretor, Levy, conseguiu com considerável mestria, dar-lhe personalidade, sem que os atores ao seu redor se perdessem em montanhas de metal retorcido.
Entretanto, deixando a diversão de lado um momento, Gigantes de Aço levante questões importantes não só sobre o pugilismo, mas sobre qualquer esporte. Se por um lado perdeu-se o componente humano que é essencial em qualquer modalidade esportiva, por outro, perdeu-se também as lesões causadas pelos socos na cabeça, os esteróides e outras coisas, mas não o agressivo mercantilismo que muitas vezes pode se tornar fatal.
O filme dá a entender que, apesar de tudo isso, o ser humano ainda é insuperável frente à máquina. Entretanto, vale lembrar que perdendo-se uma luta, perde-se apenas uma máquina. E máquina alguma é capaz de substituir uma vida, seja lá qual ela seja. Com os últimos acontecimentos da semana passada no mundo do automobilismo, o futuro do esporte é uma incógnita que deve ser analisada cuidadosamente. É mais seguro que esse tipo de esporte seja dominado por máquinas robóticas, ou, apesar do risco nada substitui um ser humano? Esse tipo de pergunta deve ser analisada com cuidado, caro leitor. E quando você terminar de lê-la, peço que olhe para a foto abaixo e demore um bom tempo antes de responder.

O acidente em Las Vegas, ocorreu na décima volta. 34 carros disputavam um prêmio de cinco milhões de dólares que seria dado ao vencedor da edição, enquanto os pilotos Dario Franchitti e Will Power disputariam o título entre si. No momento em que Sebastian Saavedra rodou na frente de um pelotão de carros a mais de 320 km/h, quinze carros envolveram-se em uma das maiores batidas da história da categoria. O carro de Will Power pode ser visto de lado no centro da foto, quando ele chocou-se contra o muro depois de decolar por cerca de 200 metros. Já o carro do inglês Dan Wheldon que faleceu no acidente, pode ser visto no canto superior esquerdo da foto, de lado e em chamas. Wheldon que chegou a ser resgatado de helicóptero não resistiu e morreu duas horas depois. Dario Franchitti sagrou-se campeão, já que a corrida foi cancelada. Como homenagem a Wheldon, os piltos da Fórmula Indy deram cinco voltas no circutio.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Círculo Fechado



Only Yesterday do diretor Isao Takahata é mais uma das muitas constatações do porquê do estúdio Ghibli se destacar como o melhor estúdio de animação do mundo.


Ao contrário de seu parceiro e sócio Hayao Myiazaki, Isao Takahata não possui a mesma projeção internacional, nunca ganhou um OSCAR, seus filmes não tratam de heroismo e fantasia, e ele não filma nada desde 2003. Aliás, de seus poucos trabalhos, a maioria fala das relações familiares e conflitos internos de personagens que vivem no Japão.
Apesar de ser impossível comparar os estilos dos dois diretores, é inegável que Takahata é um dos mais talentosos diretores de animação (e qualquer outro gênero ou vertente cinematográfica) a colocar os pés no Japão. Em 1986, ele e Myiazaki fundaram o estúdio Ghibli, cujo primeiro lançamento foi a animação Laputa, Castle in the Sky. Desde então, 'Ghibli' tornou-se sinônimo de qualidade em produções cinematográficas de qualquer gênero, fazendo frente às animações norte-americanas da Disney e Pixar. A consagração veio em 2003, quando A Viagem de Chihiro, dirigida por Myiazaki, recebeu o OSCAR de Melhor Animação.
Quanto a Takahata, seu trabalho mais conhecido é - ainda - Túmulo dos Vagalumes, uma brutal e magnífica narrativa de um casal de irmãos pequenos que vagueiam por um Japão devastado pela Segunda Guerra. Ainda que maravilhoso, Túmulo dos Vagalumes é uma das mais tristes animações de todos os tempos. Seu estilo realista e melancólico o caracterizou em seus trabalhos subsequentes, ainda que ele tenha voltado-se mais para o lado da comédia nos anos seguintes, do que para o drama pesadíssimo de sua primeira obra.
É o caso de Only Yesterday (Omohide poro poro, JAP, 1991). Completando agora vinte anos desde seu lançamento, Only Yesterday é a história incrivelmente simples de Taeko, uma moça de 27 anos que vive em Tóquio e trabalha num escritório, até no ano de 1982 (quando a história se passa) Taeko é invadida pelas lembranças da época em que tinha 10 anos.
Entretanto, de simples esta história não tem nada. Acompanhamos duas narrativas paralelas. Uma se passa em 1966 e vai narrando a trajetória da Taeko quando criança, e a segunda quando adulta.
Desde criança, ela sempre foi uma garota decidida, extrovertida, imaginativa e de forte personalidade. Ou seja, tudo o que a sociedade NÃO quer que ela seja. Isso se mostrava claramente evidente em seu relacionamento com seus pais. A figura materna ganha destaque, assumindo a forma de um pai severo e irredutível. Takahata mostra com todas as letras, as dificuldades de se viver em uma sociedade patriarcal, ainda mais nos anos 60.
Durante o decorrer dos acontecimentos, 17 anos depois, Taeko vai se lembrando dos eventos marcantes daquele ano específico. Como o primeiro amor, a primeira menstruação, a primeira briga com o pai, as dificuldades em matemática e todas as situações que marcam a vida de qualquer criança.
É disso que faz Only Yesterday uma animação diferente de tudo o que já se viu. Ainda que com muito humor, Takahata que também assinou o roteiro, apresenta com implacável realismo, as atitudes de uma criança de dez anos, e como sua perspectiva mudou quando ela se tornou mais velha.
Talvez esse seja o ponto principal que o difere do companheiro Myiazaki. Enquanto as personagens femininas do outro são extremamente heróicas e obrigadas a amadurecer numa velocidade alarmante diante das circunstâncias, no contexto em que são apresentadas, as personagens de Takahata fecham o círculo, comportando-se EXATAMENTE como uma criança. Não necessariamente sobrando espaço para finais felizes.
Agora mais velha, Taeko viaja para o campo - local predileto dela - para passar curtas férias do trabalho. Lá, ela conhece um rapaz relativamente bobo, mas de bom coração chamado Toshio que gradualmente se mostra a pessoa ideal para ela, ainda que ela não veja. E embora ela se depare de um portão que a leve para dentro de si mesma (um local assustador, no qual é preciso coragem para entrar), ela não estará sozinha em sua jornada.
Para um anime de vinte anos, a qualidade da animação é impecável. E não apenas isso, como há uma clara distinção entre os dois períodos narrativos. Quando no passado, os traços são finos, como uma aqualera, representação dos efeitos do tempo sobre as lembranças. Já no tempo presente, os traços são nítidos e cheios de detalhes.
Não se deve subestimar, Only Yesterday. Takahata lida com tudo com tanto humor e delicadeza, que até o momento do veredicto final, não temos ideia de quão sérios são os assuntos que estão sendo tratados na tela. Pois eles são muito sérios. E ao final das quase duas horas do filme, somos abalados em nossas bases, e tal impacto perdura durante muito tempo após a sessão.
Muitas crianças, em qualquer época e em qualquer lugar do mundo, passaram pelo que Taeko passou. Quando são muito imaginativas, hiperativas e possuém uma visão distinta do mundo são tratadas como 'estranhas', 'problemáticas', 'anormais'. As escolas não sabem lidar com elas, e muitas vezes os pais também não. Em casos mais extremos, dão remédios aos filhos para que fiquem mais comportados, limpando assim, os traços de genialidade e imaginação que essas crianças possuíam.
A representação mais clara disso, é quando Taeko tira 2,5 em Matemática (o que já deve ter acontecido com MUITA gente). Sua irmã começa a explicar os exercícios que ela errou, mas Taeko não opera baseada em fórmulas precisas, mas sim através da dedução lógica. Mas, obviamente, isso está errado e fora dos padrões. Então não pode. E numa conversa que ela ouve escondida, Taeko é chamada de 'anormal' pela própria mãe, por que ela simplesmente não se encaixa no perfil.
Essas mágoas foram levadas pelo restante da vida de Taeko, até o momento em que ela precisa confrontá-las. E nesse momento, todas as lembranças serão evocadas, e a acompanharão aonde ela deve ir. Dessa forma, Only Yesterday se mostra um anime singular. Simples, divertido e delicado, mas que irá arrancar seu coração pela raíz se você não tomar cuidado. Uma história sobre as dificuldades do amadurecimento, sobre a perda da inocência e das mágoas que são carregadas pela solidão do fato de ser o único diferente em um mundo tão igual.

domingo, 9 de outubro de 2011

A Humanidade Acima de Tudo

Depois de algum tempo sem nenhum post, cá estou eu em meu retorno triunfal (oi?). Antes de tudo quero avisar que o meu amigo Roberto - outro autor deste blog - está escrevendo resenhas para uma outro site além do Cinéfilos e Etc, o que quer dizer que as resenhas dele por aqui vão diminuir um pouco. Quando souber direitinho o site, aviso vocês aqui.


Devo dizer que tenho o maior respeito por aqueles que exercem a inteligência militar, seja no tempo da guerra, seja no tempo da "paz". Os chamadas agente de campo que trabalham na área da inteligência, conhecidos popularmente como espiões, são heróis para seus países, que sacrificam sua própria identidade em prol de beneficios táticos e estratégicos para seus respectivos países. Eu sou um grande fã dos espiões e de suas histórias e é disso que quero falar hoje.


Embora nunca tenha lido nenhuma história da série de espionagem mais famosa de todos os tempos - me refiro aqui, é claro, à história escrita pelo jornalista e ex-espião britânico, Ian Fleming, que criou os famosos agentes double zero da série 007. Sim, gosto de espiões e nunca li nada de Bond, James Bond (estou tomando providências para mudar isso). Mas nem só de Bond vive a espionagem. Já li os dois primeiros livros da série escrita por Robert Ludlum, que se tornaram bem famosos ao se tranformar em filmes: me refiro, é claro, à série Bourne. Mas nem só de ficção vive a espionagem. A inteligência militar é um ramo que existe desde que as guerras existem. O simples fato de alguém tentar descobrir o que seu inimigo está tramando pode ser considerado espionagem e, por isso, hoje irei falar de uma história real.


Baseado em extensas pesquisas históricas, inúmeras visitas aos arquivos militares da antiga Tcheco-Eslováquia e pesquisas sem fim com os sobreviventes, Rudolf Ströbinger publicou em 1967 o romance A-54 - O Espião das Três Faces (Stopa Vede K Renému, no original em tcheco) que conta a história de Paul Thuemmel, o espião conhecido como A-54, que durante toda a Segunda Guerra Mundial passou incessantemente informações sobre da alta cúpula nazista aos serviço de inteligência tcheco e, posteriormente, ao britânico.


Alemão, filho de um padeiro de um vilarejo e amigo pessoal de Himmler - um dos principais líderes da cúpula de Hitler e chefe da polícia militar alemã, a SS - Thuemmel assumiu vários nomes, tais como Dr. Steinberg, Dr. Holm, Baer, Rabe e, posteriormente, "traidor X" quando se descobriu o vazamento de informações da elite nazista. Alemão orgulhoso e possuidor da honorária Insígnia de Ouro do Partido Nazista, não se sabe o que levou A-54 a passar informações para o serviço de inteligência tcheco. Ele simplesmente se ofereceu para fornecer informações em troca de dinheiro antes do início da guerra (mais precisamente em 1937) e continuou a fazê-lo até ser capturado e preso pela Gestapo - a polícia secreta alemã.


Thuemmel foi denominado A-54 pela liderança do serviço de inteligência tcheco, e posteriormente recebeu codinomes como René e Eva, entre muitos outros. Por meio de seu contato com o Coronel Moravec - em exílio em Londres depois da captura da Tcheco-Eslováquia pelos nazistas - passou informações cruciais à Inglaterra e à União Soviética. Inclusive, um dos líderes do MI6 (Serviço Britânico de Inteligência) afirmou que: "A-54 é um agente sob cujas palavras os exércitos marcham", devido à exatidão de suas informações, quase sempre ultra-secretas e de imenso valor estratégico.


Paul Thuemmel, o agente A-54, foi preso pela Gestapo em 1942. A Gestapo tentou utilizá-lo para prender outros inimigos do regime, sem sucesso. Especula-se que foi graças a informações de A-54 que a Gestapo conseguiu se aproximar do Capitão Václav Morávek, membro de um grupo de resistência à ocupação nazista na Tcheco-Eslováquia, mas seu envolvimento nunca foi provado. Em 1943, Thuemmel foi enviado ao presídio da polícia em Theresienstadt, sob o nome de Peter Toman. Ao que parece, ainda tinha amigos poderosos que tentavam protegê-lo de ser executado como traidor. Misteriosamente, em 1944, os documentos sobre o caso de A-54 foram retirados dos arquivos nazistas para serem queimados mais tarde. Thuemmel ficou preso sob nome de Peter Toman até 1945, quando foi executado por fuzilamento.


Ao final do livro, Ströbinger se pergunta o motivo que levou Thuemmel a trair seu país.Ao entrar para o Partido nazista era uma fiel colaborador e parecia acreditar piamente nas diretrizes que foram sendo impostas pro Hitler. E, além disso, subiu muito na hierarquia militar, apesar de ser civil. Ele cobrava pelas informações que passava? Sim, mas deve-se considerar os gastos para exercer a atividade de espião duplo (subornos, presentes, etc), além, é claro, de ter que manter uma certa imagem que era esperada de um respeitável membro da cúpula alemã.


Mas o que realmente levou Paul Thuemmel, respeitável membro do Partido Nazista, portador da Insígnia de Ouro do Partido, amigo pessoal de Heinrich Himmler - um dos homens mais poderoso do Reich -, membro da cúpula alemã, a trair seu país e os ideais que defendia? Era conhecido pelos que conviviam com ele que tinha um profundo e inexplicado ódio da SS. Parecia acreditar também que Hitler perderia a guerra. Ou será que ele previra os rumos que o Nazismo estava tomando e optou por tentar minimizar os danos, sabotando sua própria nação? Ele valorizara mais a humanidade do que sua lealdade à Alemanha? Seria esse o motivo? Não se sabe. Muitas perguntas permanecem sem resposta com a morte de A-54. Mas é fato que, sem a ajuda de Thuemmel, talvez a guerra de Hitler tivesse terminado de forma diferente. No que se refere a isso, tudo o que podemos fazer é agradecer.