sábado, 12 de maio de 2012

O Hulk e seus amigos

D irigido pelo renomado Joss Whedon – indicado ao Oscar pelo roteiro de Toy Story em 1996 -, o filme Os Vingadores (The Avengers, EUA, 2012), atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros, quebrou inúmeros recordes de público em seu final de semana de estreia, alcançando U$ 207,4 milhões apenas nos Estados Unidos e Canadá. No Brasil, arrecadou R$ 21,7 milhões nos primeiros três dias, tornando-se a estreia mais rentável da história do cinema brasileiro. Em outras palavras, a megaprodução com orçamento estimado em torno dos U$ 220 milhões se pagou com sua arrecadação mundial de estreia.
O longa-metragem que reúne grandes heróis da Marvel em um único filme cumpre aquilo à que se propõe: fazer o público se divertir. Mas há problemas. Quando se juntam grandes nomes do cinema contemporâneo em um único roteiro, obviamente tem que se dar mais atenção a uns do que a outros. Isso é esperado e não surpreende. No entanto, o espectador pode ter a impressão de que a atenção é forçada para o chamativo personagem de Tony Stark / Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) que se destaca por suas piadas prontas e insistência em ser o principal. Isso se torna um incômodo a partir do momento que outros personagens tão interessantes quanto ele, ou mais, ganham menos espaço, como o Incrível Hulk (o ótimo Mark Ruffalo) ou o Capitão América (Chris Evans). O restante do grupo é formado por Thor (Chris Hemsworth), pela Viúva Negra (Scarlett Johansson), e pelo Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), liderados pelo chefe da S.H.I.E.L.D., Nick Fury (Samuel L. Jackson) e sua assistente, a agente Maria Hill (Cobie Smulders). O grupo é reunido quando a ameaça de uma invasão alienígena é descoberta, orquestrada pelo já conhecido vilão Loki (o excepcional Tom Hiddleston), irmão de Thor.
O grupo se reúne para evitar que Loki e seu exército extraterrestre dominem Nova York e, posteriormente, o planeta inteiro. É claro que reunir grandes heróis solitários para trabalhar em conjunto não é fácil e daí surgem os atritos (e piadas) que tanto divertem o público. Downey Jr. cansa com suas palavras e frases de efeito em toda e qualquer situação. Em compensação, Tom Hiddleston se mostra excelente como Loki, o vilão de Asgard, com um sorriso que irrita e arrepia ao mesmo tempo. Sua atuação se destaca em meio a um roteiro cheio de astros e estrelas.
Outro que obrigatoriamente deve ser citado é Mark Ruffalo como o Hulk. O fato é que, de todos os atores consagrados que participam da megaprodução, Ruffalo é o único que nunca viveu aquele personagem antes. E surpreende muito com uma atuação magnífica que mistura emoção e comedida comédia, levando o Hulk ao patamar de grande estrela do filme, tanto quando está verde e grande e quando está normal. De fato, quando muda para o gigante e interage com os outros personagens é que o público explode em gargalhadas.
O longa-metragem de 142 minutos recebeu investimento pesado em termos de efeitos especiais e não decepciona. Explosões e destruição de encher os olhos. Tiros que não acabam mais. E claro, o Hulk destruindo tudo e todos que entram em seu caminho. O exército alienígena de Loki também impressiona, com suas serpentes gigantescas e planadores.
O filme é ótimo enquanto passatempo e vale o preço do ingresso. É inevitável sair do cinema mais leve de tanto rir. E é impossível não perceber a ponta solta que deixa um gancho para uma continuação. E haverá uma segunda aventura, sem dúvida. Só resta saber se será tão divertida quanto esta primeira.
"Os Vingadores". Título original: "The Avengers". Ano: 2012. Nacionalidade: EUA. Diretor: Joss Whedon. Roteiro de: Joss Whedon, Zak Penn, Stan Lee, Jack Kirby. Produzido por: Victoria Alonso, Stan Lee, Avi Arad, Alan Fine. Estrelando: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Tom Hiddleston, com Clark Gregg, Cobie Smulders, Stellan Skarsgärd, Samul L. Jackson e Gwyneth Paltrow. Música de: Alan Silvestri. Duração: 143 min. Resenha escrita por: Guilherme R. Aleixo. Nota: 8,0/10.