domingo, 1 de maio de 2011

Au...Au...




A Garota da Capa Vermelha é uma tentativa miserável de subversão da história da Chapeozinho Vermelho, onde o Lobo Mau não assusta a ninguém.

Difícil é acreditar que a selvageria cometida pela diretora Catherine Hardwicke em Crepúsculo (por melhor ou pior que tenha sido o livro), que era possível pior realização, DE QUALQUER GêNERO CINEMATOGRÁFICO. Até, A Garota da Capa Vermelha (Red Riding Hood, EUA, 2011).
Numa época medieval onde as pessoas se vestem como astros de rock fracassados, uma pequena vila é assombrada pela figura de um lobisomem, que voltou após uma seca de matanças que durou 20 anos. Desta vez a vítima foi a irmã da protagonista Valerie (Amanda Seyfried). No meio do medo causado pela criatura, Valerie está loucamente apaixonada por um rapaz meio gótico, meio punk, meio sei-lá-o-quê, chamado Peter, interpretado pelo nojentinho Shiloh Fernandez.

E ainda no meio disso tudo, outro rapaz está apaixonado por Valerie (o que neste caso faz sentido), o igualmente nojentinho Henry (Max Irons). Só que Henry é um ferreiro e vem de uma família financeiramente respeitável, enquanto Peter é um simples marceneiro pobre e modorrento. Não é preciso dizer com quem Valerie quer ficar.

Na tentativa de conter a fera desenfreada, o povo do vilarejo faz o que qualquer pequena comunidade em desespero faria: volta-se para uma instituição maior, a Igreja. Dela vêm os cavalos, e os cavaleiros e o Padre Solomon (Gary Oldman, em uma de suas piores atuações). Conforme os homens da igreja procuram pelo lobisomem, que durante o dia assume forma humana, tornam-se oblíquas as linhas que separam o bem do mal. E no processo, todo e qualquer habitante do vilarejo pode ser um lobisomem em potencial, o que é realmente preocupante quando você não se importa.

Em todos os momentos dos 100 minutos da obra, A Garota da Capa Vermelha procura ser uma versão mais moderna de A Vila de M. Night Shyamalan, mas em nenhum momento consegue. Isso não é necessariamente bom, para aqueles que não gostaram da obra do diretor indiano. Ao contrário do filme de Shyamalan, aqui todos os atores estão péssimos, em atuações que beiram o ridículo.

De imediato é possível ver que a cineasta Harthwicke não faz a menor ideia do que está fazendo. Os diálogos são atrozes, a trilha sonora - embora interessante - é totalmente errada para os momentos mais "dramáticos" ou "romanticos" do filme e fora um ou outro momento de boa cinematografia, nada se salva dessa obra.

De certo, A Garota da Capa Vermelha deve agradar aos fãs da saga Crepúsculo, carentes de um romance bobo e açucarado, despido de sentido ou significado, compilado com péssimas atuações, diálogos horríveis e situações incrivelmente mal dirigidas e editadas. E se há alguma surpresa neste filme, não é na descoberta de quem é o lobo afinal, mas do quanto NINGUÉM se importa com quem é o lobo.

A Garota da Capa Vermelha certamente será um dos piores filmes do ano. Uma pacata, pífia, asqueroza e irritante tentativa de subverter um conto infantil que já é mais do que subversivo em suas versões originais. Agora, se o objetivo era transformar a história infantil em algo mais adulto, o filme certamente falhou miseravelmente. Para tanto, obras como a animação japonesa Jin Roh - A Esquadra do Lobo, são opções muito mais interessantes.

2 comentários:

  1. Desde que vi o trailer não me animei com o filme. Agora estou pensando em nem ao mesmo baixá-lo. :(

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  2. Essa certamente não foi uma resenha imparcial. Entretanto, se consta alguma coisa, o filme realmente não vale a pena...=/

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