sexta-feira, 15 de abril de 2011

Falsificador, Ladrão de Arte e Muito Mais... [2]

E cá estou eu a citar a série White Collar novamente, desta vez para comentar a segunda temporada terminada (não tão) recentemente. Já avisos aos desavisados (oi?) que não assistiram à primeira temporada (ou que assistiram, mas não lembram - sei lá) que este post irá conter spoilers gravíssimos do final da temporada inicial (1ª temporada) e da sequência (2ª temporada). Se você nunca assistiu, mas pretende, não leia pois vale muito a pena se surpreender nos episódios finais das temporadas desta série que está chegando a ser uma das minhas (muitas) favoritas. Leitores avisados, SPOILER anunciado em letras garrafais, então acho que posso começar sem preocupações. Resenha da primeira temporada aqui.

Com o final da temporada passada e a morte de Kate (Alexandra Daddario que mal chega a aparecer nesta nova temporada), Caffrey volta às telas obcecado com o responsável pela morte da amada, obsessão está que preocupa tanto Peter quanto Mozzie. O episódio inicial desta nova temporada se inicia dois meses após o avião em que Kate e Neal iriam fugir ter explodido matando a garota. À medida que Neal e Peter investem em novos casos, é legal notar a forma como interagem, detalhe que destaquei na resenha que fiz sobre a temporada passada, e também na forma como o ex-criminoso-atual-consultor tenta descobrir quem está por trás do atentado que, desconfia, visava matá-lo. Eu não acho que consiga passar por meio de palavras o quanto me divirto com o entrosamento de Caffrey e do federal Burke. Apenas quem assiste consegue entender a relação que se desenvolve entre eles e como conseguem trabalhar bem juntos. Vale ressaltar a oposição entre ambos os personagens, pois enquanto Peter fica sempre preso dentro de um furgão de vigilância lotado de agentes comendo um sanduiche e tomando café, Neal está na cobertura de uma suíte de hotel 5 estrelas, tomando champagne e flertando com uma linda secretária ou com uma executiva corrupta ou quem sabe uma modelo.

À medida que a temporada avança, vemos o ex-golpista (nem tão ex assim) indo cada vez mais fundo em busca da Caixa de Música (Music Box no original em inglês) que parece ter sido o motivo de Kate ser assassinada, pois parece conter um mapa codificado para um tesouro feito das pilhagens dos nazistas durante a Segunda Guerra. Logo vemos que o homem por trás do atentado e que quer a Caixa de Música é o ex-chefe de Neal, Vincent Adler (Andrew McCarthy): um golpista de primeira, além de rico (e que lhe apresentou Kate), em quem Neal tentou aplicar um golpe sem sucesso. O que descobrimos através de um episódio em flashback é que Mozzie ensinou a ele sobre falsificação, Neal entrou com seu talento nato e Adler aperfeiçoou o rapaz ensinando-o a ser requintado e chamoso, traços que definem o personagem durante toda a série.

Essa temporada, embora algumas pessoas não achem, considerei melhor do que sua predecessora. Primeiro porque os roteiristas arriscaram mais, desenvolvendo aventuras inesperadas para os personagens (algumas não deram certo, outra sim e muito) e isso tanto enriqueceu os episódios separadamente como a trama num todo e segundo porque... bom, na verdade só por isso mesmo. Como exemplo cito um episódio em que Peter se infiltra em uma empresa bancando ser o golpista e outro em Neal assume o papel de agente do FBI, entre muitos outros. Notamos que os próprios personagens se surpreendem com a forma como reagem e gostam das situações em que são colocados. Vale também destacar o momento memorável em que o adorado (por todos os fãs, pelo menos, assim como pelos outros personagens) Mozzie é baleado brutalmente por um homem que trabalha para Adler logo após decifrar o segredo da Caixa de Música. A cena final do episódio é estarrecedora e quando vemos o pobre Mozzie tombando no banco, os olhos arregalados em choque, o peito sangrando e vemos o atirador pegar o caderno onde jaz o segredo, simplesmente não conseguimos crer que aquilo está acontecendo. E ele não morre. Mas só descobrimos isso após o recesso de verão (período em que atores e roteiristas descansam durante a temporada de episódios).

Não vou me prolongar muito mais por aqui, senão teria que falar de cada episódio desta temporada, o que tornaria o post gigantesco (mais ainda). Ah, antes que eu me esqueça, ressalto a participação de Hilarie Burton (a Peyton de One Tree Hill) com a agente de seguros Sarah Ellis que tem flertado com Caffrey desde a temporada passada, aparecendo eventualmente para delírio dos fãs que se divertem com os dialogos afiados que ocorrem entre o casal. Por fim, acho que vale citar os efeitos especiais na série (felizmente raros) e uma das únicas coisas que não são bem feitas. Seja por baixo orçamento ou o que for, mas as explosões geralmente não convencem.

O Season Finale foi bom, com a morte de Adler e o desfecho da história do submarino e do tesouro dos nazistas, mas as cenas finais mesmo é que foram boas. O desafio escancarado de Neal a Peter para provar que realmente fora ele quem roubara todos aqueles tesouros e o seu sorriso malicioso quando chega àquele armazém e vê toda aquela riqueza, cultural e econômica, não têm preço. E afinal, quem foi que roubou todos os quadros raros e tesouros do galpão do Adler e os escondeu ali para o Neal? Ninguém sabe, mas ficamos na dúvida se Caffrey realmente se tornou o bom moço que tem aparentado desde a metade da segunda temporada ou se lá no fundo ele ainda é o falsificador, ladrão e golpista que faz o que quer apenas por se vestir bem e ser charmoso. Acho que descobriremos na próxima temporada... ou não!

Título original: "White Collar - Second Season". Ano: 2010. Nacionalidade: EUA. Criado por: Jeff Eastin. Roteiro de: Jeff Eastin. Produzido por: Jeff Eastin, Jeff King, Margo Meyers. Estrelando: Matt Bomer, Tim DeKay, Willie Garson, Tiffani Thiessen, Sharif Atkins, Marsha Thomason, com Gloria Votsis, Hilarie Burton, Andrew McCarthy e Noah Emmerich. Número de episódios: 16. Resenha escrita por: Guilherme R. Aleixo. Nota: 8,5/10.

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